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Sociologia do Trânsito

1.SOCIOLOGIA DO TRÂNSITO

1.1.Considerações Gerais - O homem, como os outros animais, tem a locomoção como necessidade e meio para garantir sua sobrevivência. Caçar, pescar, plantar e colher, montar, organizar, proteger-se são exemplos de atividades humanas que requerem movimento. O indicador de que algo ou alguém está vivo é o movimento dos pulmões e do coração.

É difícil determinar quando, como e onde o homem começou a criar recursos ou meios que, além de suas próprias pernas, o auxiliassem a locomover-se melhor, carregando mais, para mais longe e com maior rapidez.

Estudar, trabalhar, ir ao banco, ao mercado, ao médico, passear, etc, ou seja, viver o dia-a-dia, envolve um contínuo “ ir e vir”, direito garantido a todo cidadão pelo nosso conjunto de leis fundamentais, a Constituição.

Toda a atividade humana envolve relações entre as pessoas ou partes. A troca de bens materiais e/ou financeiros, de serviços, de idéias, de sentimentos está sempre de alguma forma presente na vida das pessoas, e é condição para o desenvolvimento de uma sociedade.

Esse desenvolvimento só poderá ser bem sucedido se houver uma organização e respeito entre as pessoas em todos os aspectos que envolve a situação.

 1.2 - Os transportes na sociedade - É inegável a importância do papel que os transportes têm desempenhado na Civilização no que se refere ao processo econômico, social e político. Embora essas funções estejam intrinsecamente ligadas, procuraremos neste item mostrar a relação do transporte com cada um desses aspectos.

 

1.3 - O papel dos transportes na economia -

- A economia  preocupa-se basicamente com a produção, distribuição e consumo de bens e serviços necessários aos seres humanos.

- Como os recursos materiais não estão distribuídos de forma homogênea na superfície terrestre nem tão pouco a produção de bens de consumo e de serviços, torna-se necessária a utilização de meios de transporte para a distribuição desses bens a todas as populações.

 

1.4. Os transportes e o processo social -

- Quando os povos viviam em tribos nômades, precisando estar sempre se locomovendo em busca de alimentos, o transporte representava um papel preponderante no seu dia-a-dia, inclusive limitando a possibilidade de produzir objetos de maior porte.

- Uma vez que esses povos passaram a armazenar seus alimentos e puderam formar aglomerações que deram origem às cidades, o transporte teve o seu papel modificado, passando a ser o de trazer até essas localidades os recursos naturais existentes no seu ¨hinterland ¨, ou seja, nas regiões vizinhas.

- Muitos desses estabelecimentos populacionais se formaram junto a locais estratégicos no que se refere á facilidade de transporte de modo a possibilitar não só relações de troca com o seu ¨hinterland ¨ como também o comércio com povos vizinhos.

- Um exemplo bastante esquemático de como a facilidade de transportes pode influenciar no tamanho de uma aglomeração é dado a seguir.

* Supondo que capacidade de produção de alimentos necessários e abastecer a população de uma cidade seja proporcional á área utilizada, a duplicação da distância máxima a ser atingida a partir dessa cidade devido a uma melhoria dos transportes quadruplicaria a área útil de plantio, o que permitiria, portanto, um aumento de quatro vezes na população da cidade.

- outro aspecto importante da influência do transporte no processo locacional é o da jornada para o trabalho, responsável por cerca e 70 % das viagens que ocorrem numa cidade moderna.

* Até o desenvolvimento dos primeiros meios de transporte público, a maioria das pessoas só podia se deslocar cerca de 3 ou 4 Km para ir trabalhar, que é a distância que pode ser percorrida a pé no  intervalo de uma hora.

* Com o desenvolvimento desses novos meios de transporte, com bondes ( inicialmente a tração animal ), as distâncias máximas foram aumentando e permitiram a localização mais distante das pessoas em relação aos seus empregos.

* Posteriormente, o desenvolvimento do transporte particular ( automóvel ) aumentou ainda mais a mobilidade da população mais rica, permitindo a sua localização em áreas mais agradáveis e distantes do centro.

- É importante frisar que não são os meios de transporte que determinam os padrões sociais nem o desejo das pessoas se localizarem em alguma área, mas atua como um limitador na sua localização, tanto maior quanto menor for a sua renda. a existência das favelas é um exemplo típico de como certas classes sociais tentam resolver esse problema.

 

1.5 - A Função política dos transportes -

- Os transportes sempre desempenham um papel importante no aspecto da estratégia militar, permitindo a movimentação de tropas não só para fins de conquistas como também para permitir a manutenção de um grupo ou classe social no poder. Um exemplo típico é o sistema viário construído pelos romanos, de excelente qualidade e do qual existem partes utilizadas até hoje.

- Outro aspecto que ressalta importância da relação entre os transportes e a política decorre de que todo processo de tomada de decisão que ocorre na sociedade é fundamentalmente político. Assim, por exemplo, a escolha entre privilegiar o transporte individual ou desenvolver um sistema eficiente de transporte coletivos reflete de alguma forma as relações de poder existentes nessa sociedade. Da forma, por exemplo, a decisão sobre quem deve pagar os custos de transporte é essencialmente política.

 

1.6 - Sistema Viário - A demanda de transportes é uma conseqüência direta do funcionamento e das atividades de uma cidade. Portanto um planejamento da rede viária ou dos sistemas de transportes independentes do planejamento do uso do solo na cidade, origina contínuas dificuldades e conduz inevitavelmente ao fracasso.

O conjunto do sistema viário é parte importante do patrimônio coletivo e o investimento anual necessária para melhorar e conservar este patrimônio, constitui uma porcentagem apreciável dos investimentos totais do poder público.

 

 1.7 -   Diretrizes Básicas do Planejamento do Sistema Viário - A finalidade imediata do sistema viário, integrado como elemento essencial ao sistema de transportes, consiste em oferecer adequadamente um transporte eficaz de pessoas e mercadorias.

Como parte integrantes da infra-estrutura do sistema de transporte, o mesmo não pode ser único em uma cidade, formando juntamente com os outros subsistentes, em termos de capacidade de transportes, uma parcela equilibrada de maneira a obter um sistema eficiente e econômico. Delineada a política de transportes mais adequada á cidade - pelos estudos de planejamento de transportes - faz-se necessário como fase mais avançada do processo, escolher a alternativa do sistema viário que funcione coordenado e adequadamente com os diversos elementos urbanos. Para tanto, como diretriz básica e inicial, alguns critérios devem ser obedecidos com a finalidade de escolher a classe da via que mais se enquadre a determinados condições já analisadas no atual estágio, os quais são:

·       Serviço que a via deve oferecer ao tráfego - Uma via deve oferecer ao tráfego tipos diferentes de serviços de acordo com a classe que pertence, dando prioridade total ao tráfego de passagem ou ao tráfego local ou oferecendo condições a ambas simultaneamente, de maneira equilibrada ou não .

·       Controle de acesso - O controle de acesso é função do uso de solo que influencia de maneira marcante na escolha da classe da via. exemplificando: numa zona residencial as vias que dão acesso ás residenciais não podem ser bloqueadas e, portanto, é livre o controle de acesso

·       Espaçamento entre as vias - A tabela a seguir fornece a mínima distância de conexão entre as diversas classes de vias. Se a distância entre conexões violarem o critério estabelecido na tabela será necessário modificar o plano geral, relocando as conexões ou construindo alternativas (de conexões).

Por outro lado, o planejamento de um sistema viário não pode e nem deve se basear em apenas uma classe de via por ser esta que apresenta determinada vantagem como facilidade de construção ou por apresentar uma alta capacidade.

Um sistema viário feito á revelia destas condições apresenta problemas graves de funcionamento, o que acarreta uma baixa capacidade total.

Em geral, há necessidade de todas as classes de vias, distribuídas de tal maneira que cada qual desempenhe o seu papel não comprometendo o sistema viário em nenhum local pela adoção de soluções incabíveis quanto a implantação ou operação da mesma.

Segurança do usuário

Limitações da velocidade em 80 km/h

A limitação de velocidade em 80 Km/h foi adotada baseando-se, principalmente, na elevada redução do consumo de combustíveis que tal medida proporciona, são altamente significativos os resultados alcançados em termos da redução do número de acidentes e de sua severidade.

Ainda que boa parte dos condutores brasileiros relutem em atender ao limite máximo fixado, observa-se que mesmo essa parcela trafega hoje em velocidade mais adequada  que antes de tal medida ser estabelecida.

Estudos realizados em rodovias federais e estaduais acusaram uma significativa redução do número de acidentes, resultante da adoção da limitação da velocidade em 80 Km/h.

Veículos - Este elemento tem a características de ser inanimado, mas apresenta também suas deficiências e virtudes, pois é fruto da imaginação do ser humano.

Os equipamentos exigidos nos veículos automotores visam maior segurança e conforto ao usuário, o que muitas vezes resulta em prejuízo ao tráfego devido ao completo desconhecimento por parte do motorista a respeito de seu veículo e de suas deficiências.

Pode-se classificar os veículos nos seguintes tipos:

- automóveis;

- caminhões;

- ônibus;

- motos e bicicletas;

- sobre trilhos

Os três primeiros são os que mais interessam para efeito de projetos e dimensionamento do sistema de transporte, enquanto que o último pouca influência tem,  devido ás características peculiares de sua operação.


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